sábado, 26 de outubro de 2013

Endometriose

Este problema é muito comum e a sua existência tem vindo a aumentar, afetando atualmente cerca de 10% da população feminina, mesmo que na maioria dos casos não haja existência de sinais ou sintomas. 


A endometriose é uma patologia, que corresponde à presença de fragmentos do tecido que reveste o útero (endométrio) em localizações irregulares. 
As possíveis localizações anómalas* de focos de tecido do endométrio são muito distintas, como no próprio aparelho genital feminino, na bexiga, no umbigo, no intestino, nos pulmões e nas fossas nasais, sendo estes 2 últimos exemplos de casos mais particulares.

Comparação entre um Aparelho Reprodutor Feminino
saudável e um com focos de Endometriose, Google imagens

 
Ainda não se sabe o porquê desta doença aparecer, mas existem algumas teorias, como resultado de um procedimento cirúrgico na zona abdominal, como por exemplo, raspagem uterina*. Outra das maneiras de explicar o aparecimento da endometriose é de, no período da menstruação, tecidos remanescentes* desta sobem pelas trompas de Falópio e fixam-se nestas. Ou, quem sabe, pode ter sido causada por algum problema genético.
A endometriose só causa infertilidade quando fragmentos de endométrio se encontram nas trompas de Falópio ou nos ovários. Isto porque, à semelhança do próprio endométrio, os tecidos que se fixam em locais anormais também são influenciados pelas hormonas sexuais femininas (estrogénio e progesterona). Estas vão ser responsáveis pela regeneração do endométrio e também dos fragmentos que se encontram em posição anómala.


Sintomas mais frequentes:
  • Menstruações dolorosas;
  • Dor ou cólicas na zona baixa do abdómen (podem ocorrer durante uma semana antes ou depois da menstruação);
  • Dor durante relação sexual;
  • Dor ao evacuar;
  • Dor na zona lombar.

Existe cura para a endometriose?

O tratamento tem como objectivo o alívio da dor pélvica e o restabelecimento da fertilidade. Existem duas vias de tratamento, o cirúrgico e o à base de medicamentos. 

O tratamento é feito utilizando medicamentos ricos em inibidores de hormonas hipotalâmicas, GnRH ( fatores de libertação hipotalâmicos). Estes medicamentos irão atuar no hipotálamo inibindo a produção de GnRH e por consequência, a hipófise não irá produzir LH e FSH que são hormonas fundamentais para a produção de estrogénio e progesterona por parte dos ovários. Evitando a proliferação e o desenvolvimento do tecido do endométrio. A administração deste tipo de medicação vai colocar a mulher num período de pós menopausa, (o que lhe provocará sintomas como o desconforto, alterações emocionais, entre outros...). Como resultado os focos de endométrio irão diminuir o seu tamanho.

O tratamento cirúrgico corresponde á extração dos focos de endometriose, o que se pode realizar  através de várias técnicas consoante a sua localização.

Dado que a endometriose afeta, na maioria dos casos, a cavidade abdominal, a cirurgia costuma realizar-se através de uma laparoscopia, ao longo da qual se deve introduzir, através de uma pequena incisão na parede abdominal, um tubo constituído por lentes e um sistema de iluminação que proporciona a visualização dos órgãos internos e, uma vez detetados os focos, a eliminação, com instrumentos especiais, das acumulações de tecido afetado por endometriose ou a aspiração do conteúdo dos quistos e remoção da sua cápsula. Pode-se igualmente recorrer à cirurgia para eliminar as aderências cicatriciais que, por vezes, provocam dores ou um quadro de esterilidade. Em determinados casos, em que a paciente em questão se trata de uma mulher madura que apresenta focos de endometriose na parede uterina e já não planeia ter filhos, pode-se recorrer a uma eventual extração do útero - histerectomia.

Laparoscopia



Glossário:.
*anómalas: diferentes; irregulares
*raspagem uterina: raspagem do revestimento interno da cavidade do útero.




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