domingo, 10 de novembro de 2013

Prolapso Genital


O prolapso genital corresponde à descida do útero e da vagina, por vezes também de órgãos adjacentes como a bexiga ou o recto, devido à debilidade das estruras que os mantêm na sua posição normal.

Causas

Em condições normais, o útero localiza-se entre a bexiga e o recto, suspenso por cima da vagina, na qual o colo uterino desagua, graças à ação de vários elementos que asseguram a sua fixação. 
  • Por um lado, existem sistemas de sustentação, formado por um conjunto de músculos que constituem a denominada “ bolsa da pélvis”, apenas interrompido pelos orifícios que permitem a passagem da uretra, vagina e recto, que impede a “ queda” dos órgãos presentes na cavidade pélvica. 
  • Por outro lado, existe um sistema de suspensão formado por uma série de músculos e ligamentos, entre os quais se destacam os ligamentos útero-sagrados, que unem a parte inferior do útero e a parte superior da vagina com os ossos que constituem a pélvis óssea. 
Para além disso, existe uma série de membranas e ligamentos redondos, como os ligamentos largos, que contribuem para a manutenção dos órgãos genitais na sua posição normal.

O prolapso genital é causado pela impossibilidade, dos elementos citados em cima desempenharem eficazmente a sua função. Por exemplo, os ligamentos e músculos da zona da zona distendem-se e podem romper-se ao longo do parto, o que justifica o facto de o prolapso uterino ser mais frequente em mulheres que tenham tido vários filhos, ainda que também possa afetar mulheres que não tenham qualquer filho. Para além disso, a produção de lesões dos ligamentos de sustentação num parto, devido a um acidente ou como sequela de uma infecção, pode provocar um brusco prolapso genital.

Todavia, o problema  desenvolve-se, na maioria dos casos, de maneira progressiva e sem causa específica, como acontece com especial incidência em mulheres que apresentem uma debilidade constitucional dos sistemas de sustentação e de suspensão. Neste sentido, a menopausa constitui um momento crítico, já que o défice hormonal próprio desta época propicia uma certa atrofia e a debilidade dos meios de sustentação do útero e dos restantes órgãos pélvicos, sendo a obesidade um fator favorecedor significativo.


Tipos de prolapso uterino

Tipos

Tendo em conta que existem vários órgãos suspensos na cavidade pélvica, é possível distinguir diferentes tipos de prolapso genital, que muitas vezes se manifestam em conjunto.
  •  Prolapso uterino: esta alteração, a mais comum, corresponde à descida do útero pelo interior do canal vaginal e, embora por vezes se trate de um ligeiro deslocamento, noutros casos penetra através de um orifício vaginal ou até sobressai completamente para  exterior. De acordo com o nível de descida do útero , é possível distinguir vários tipos de prolapso. No prolapso de primeiro grau, o útero desce através do canal vaginal, mas não ultrapassa o plano da vulva; no prolapso de segundo grau, o útero ocupa todo o interior do canal vaginal e o colo uterino sobressai por fora da vulva; no prolapso de terceiro grau, todo o útero sobressai para fora da vulva;

Tipos de Colpocelo
  •  Hérnias vaginais: um outro tipo de prolapso genital corresponde à protrusão de algum órgão adjacente, como a bexiga ou o recto, na vagina, o que é normalmente designado como colpocelo. Em caso de colpocelo anterior, ou cistocelo, a bexiga pressiona o septo anterior da vagina, formando uma proeminência no interior do canal vaginal. Em caso de colpocelo posterior, ou rectocelo, o recto pressiona o septo posterior da vagina e forma uma procidência no seu interior. O mesmo ocorre com o enterocelo, no qual o prolapso afeta a parte superior, proporcionando a formação de uma hérnia constituída por uma porção de intestino








Tratamento

O único tratamento definitivo do prolapso genital, independentemente do tipo de problema, corresponde à cirurgia. 

Todavia, habitualmente, recorre-se à cirurgia nas fases mais adiantadas do problema, quando surgem sinais e sintomas que provocam incómodo ao paciente ou interferem nas suas atividades diárias. Enquanto se aguarda pela realização da operação, deve-se recorrer à utilização de um pessário, uma espécie de anel de borracha que deve ser introduzido na vagina, de modo a sustentar os órgãos afetados por prolapso, embora se trate de um tratamento provisório, já que a sua utilização prolongada pode originar alterações locais.


O tipo de cirurgia a realizar vai depender de alguns fatores:
  • Do tipo e grau de prolapso genital;
  • Idade da mulher afetada;
  • Seu desejo em ter filhos. 

Em caso de prolapso uterino grave, a única solução eficaz corresponde à extração do útero, ou histerectomia*, proporcionando a esterilidade definitiva, o que justifica o facto de apenas ser realizada em mulheres que já não desejam ter filhos. Em alguns casos, a cirurgia plástica possibilita a reconstrução da base da pélvis debilitada e a cura de um cistocelo* ou rectocelo.


Pressário



Glossário:
*Histerectomia: operação cirúrgica, que consiste na ablação do útero;
*Cistocelo: bexiga descaída;


Fontes

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